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Máscaras acentuam as dificuldades de comunicação de deficientes auditivos


Dia 26 de setembro é o Dia Nacional dos Surdos e Dia Internacional da Linguagem de Sinais. Segundo o Ministério da Saúde, os surdos constituem 3,2% da população, ou seja, aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros.


E para esse público em especial, manter contato com o mundo exterior tem sido difícil neste período de pandemia de coronavírus. É o caso da servidora pública Mariana Menegotto Cassiana, 39, ela nasceu com surdez bilateral e, como consequência do uso obrigatório de máscaras, tem penado para conversar com as pessoas nos últimos tempos.


Como nunca foi educada em libras (língua brasileira de sinais), a sua comunicação primária é feita com auxílio de um aparelho auditivo, sempre associado à leitura labial. Assim, por cobrir a boca, o acessório de rosto impede que ela entenda o que está sendo dito.

"Os aparelhos me auxiliam muito a identificar os sons. A campainha, o barulho da freada de um carro, buzina, mas ouvir palavras e compreender frases ainda não é possível para mim. Desde que o mundo passou a usar máscara, fiquei assustada com pequenas coisas como ir ao mercado, fazer compras. Se o caixa me pergunta se é no crédito ou no débito, se tenho o tíquete do estacionamento, é difícil compreendê-lo... Assisto ao noticiário e os repórteres estão mascarados também. Se não fosse pelas legendas automáticas, não iria entender nada".


Inúmeras outras pessoas com deficiência auditiva ou com distúrbios de fala estão experimentando vivências semelhantes. Conforme um estudo publicado pela Hearing Review, revista que é referência na área, a máscara comum pode atenuar de 3 a 4 decibéis e a máscara N95, utilizada especialmente por profissionais da saúde, até 12dB, abafando o som e tornando a fala ininteligível para algumas pessoas com deficiência auditiva.


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